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O cronista social Ibrahim Sued e a feijoada do Lassù Rooftop Club, na Zona Norte

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julho 28, 2023

Tempo de Leitura: 5 minutos

Ibrahim

da Redação DiárioZonaNorte

Em tempos de inteligência artificial, que entre outras coisas reviveu Elis Regina para um dueto com a filha Maria Rita, no comercial que marca os 70 Anos de Volkswagen no Brasil, a imaginação corre solta.

Deixando as polêmicas de lado, ao ler um especial sobre a morte de Ibrahim Sued, publicado em 1995 pelo Caderno B do Jornal do Brasil, transportamos para o ano de 2023 na imaginação, o colunista social – responsável entre outras coisas por lançar nomes como Ricardo Boechat, Marcos Sá Correia e Élio Gaspari na grande Imprensa -, para a Zona Norte de São Paulo

Ibrahim e a FeijKa do Lassù

Se o carioca Ibrahim Sued estivesse vivo, estaria ocupadíssimo aos sábados prestigiando a FeijùKa do Lassù Rooftop Club, porque bobo o lendário pai do moderno colunismo social social não era.

Habitué dos mais exclusivos salões do jet set internacional, ficaria encantado pela recepção do casal Márcia e Ricardinho Trevisani e pela elegância do lugar, famoso pela boa música e gastronomia brasileira, não teria dificuldade em escolher uma mesa para ver e ser visto pelos frequentadores da feijoada mais badalada da cidade. Ossos do ofício de colunista social.

Champanhota e samba

Brindaria deslumbrado com uma “champanhota” a vista, do alto do 29º andar do icônico Edifício K1. Em um ângulo de 180ª graus avistaria da esquerda para a direita a Serra da Cantareira, os bairros Jardim São Paulo, Tucuruvi, Parada Inglesa e Vila Guilherme, toda a Cruzeiro do Sul e, ao fundo, a região da Avenida Paulista, a pista do Campo de Marte, o Anhembi e o Pico do Jaraguá.

Sambaria nas alturas, ao som do quarteto de samba de Carlinhos do Cavaco, que todos os sábados se apresenta no Lassù Rooftop Club durante a FeijùKa, com clássicos do samba brasileiro.

Bomba! Bomba! Bomba!

Enquanto bebericava um Old Fashioned – elaborado com Bourbon Whiskey, xarope de açúcar Demerara, cereja Amarena e casca de laranja Bahia – faria uma entrevista exclusiva – digna de um “Bomba! Bomba! Bomba!“ com o inventivo restaurateur Ricardo Trevisani, sobre o trabalho desenvolvido no Lassù Rooftop Club, responsável por inserir a casa no cenário musical paulista, promovendo shows intimistas com artistas consagrados da MPB como Toquinho, Nando Reis e Arnaldo Antunes.

Perguntaria ainda sobre os outros empreendimentos comandados por Ricardinho: o Lassù Ristorante – restaurante com salão giratório que apresenta receitas italianas valorizadas com ingredientes brasileiros – que está localizado no 28º andar do mesmo Edifício K1 e o Ristorantino – que atrai uma legião de fãs em busca de sua cozinha clássica italiana e que, em breve, ganhará uma filial na Riviera de São Lourenço, no litoral norte paulista.

Bola Branca

A criação das receitas e a supervisão do cardápio ficam a cargo do experiente Henrique de Marchi Schoendorfer – Chefe Executivo do Grupo. A trajetória profissional de Schoendorfer inclui as cozinhas do Grupo Fasano, do Al Pont de Ferr e Reblot – em Milão e o Noma de René Redzepi – em Copenhague.

Sued daria “bola branca” para a FeijùKa do Lassù Rooftop Club, este clássico da gastronomia brasileira se apresenta completíssima e deliciosamente suculenta. Disposta em um buffet, com as carnes se apresentam separadas e no ponto perfeito, com todas as guarnições – sem esquecer o tradicional caldinho de feijão.

Para encerrar a refeição, Ibrahim Sued se esbaldaria na seleção de sobremesas brasileiras inclusas no buffet de feijoada e se despediria dos presentes com outro de seus famosos bordões “Ademã, que eu vou em frente…”

Licença Poética

Ibrahim Sued na Zona Norte, após 28 anos de sua morte, foi uma licença poética do DiárioZonaNorte e uma forma divertida de apresentar a FeijùKa do Lassù Rooftop Club aos nossos leitores.

E ainda sobre Ibrahim Sued: o pai do colunismo social moderno, nasceu em 23 de junho de 1924 no Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 1 de outubro de 1995 – vítima de um ataque cardíaco fulminante.

Ingressou no jornalismo em 1946 como repórter fotográfico. Frequentador da boemia carioca, passou a frequentar festas e a badalada piscina do hotel Copacabana Palace. Sua estréia no colunismo social se deu na coluna “Zum-Zum”, no extinto jornal A Vanguarda – no ano de 1951. Em 1954 foi para o Jornal O Globo, onde permaneceu até seu falecimento.

Ibraim — Reprodução: Documentário Ademã – A Vida e As Notas de Ibrahim Sued

Sued criou um vocabulário próprio, cuja algumas palavras usamos em nossa crônica: Bola Branca (exclamação de agrado), Bomba! Bomba! Bomba! (furo de reportagem), Champanhota (espumante/champanhe), jet set (lugares exclusivos) Ademã que eu vou em frente (até logo usado por ele, quando finalizava os programas de televisão).

FeijùKa no LASSÙ ROOFTOP CLUB