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por Beto Freire (*) — Artigo quinzenal n. 27– < Cidadania >
A dengue voltou a atingir com força a cidade de São Paulo, os números pós pandemia bem altos, tanto em contaminação como em óbitos. O que tem chamado bastante atenção entre nossos vizinhos é o ranking de localidades com maior incidência da doença.
Desde o inicio do ano, os distritos de Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros estão em alternância nos primeiros lugares do ranking de incidência da dengue. O que mais assusta é que os três distritos têm trinta e três bairros, que somados chegam a 350 mil habitantes. Que são equivalentes a 0,3% da população total da cidade. Os dados foram revelados pela Secretaria Municipal da Saúde e divulgados na semana passada pela Folha de S.Paulo.
Mesmo que nessa conta, coloquemos a população flutuante que diariamente circula entre o Jardim Brasil e Carandiru, não alcançamos 0,6 da população da cidade. Nosso território tem 26,4 quilômetros, enquanto a cidade tem 1.521,202 quilômetros.
Somos hoje em torno de 11,5 milhões de paulistanos e temos diariamente uma população flutuante que eleva esses números para 20 milhões de transeuntes circulando na cidade. E que registrou 8 óbitos em 2023 desses confirmados dois foram em nossa região.
Mas quais as razões?
Em resumo, somos poucos e pequenos para liderar a contaminação e proliferação da dengue. Quais as possíveis causas e razões?
A causa mais provável e com fácil constatação e o acumulo de lixo, retalhos de tecidos e entulhos em praças, calçadas e terrenos espalhados nos distritos das Vilas Maria / Guilherme / Medeiros. Razões também são velhas conhecidas dos contribuintes e autoridades: enquanto parte da polução descarta tudo e mais um pouco nas vias, estimulando a proliferação de criadores e do mosquito da dengue, o poder público omite-se em fiscalizar e punir os contumazes sujões.
Quando a coleta de lixo era realizada à noite em todo o nosso território, três vezes na semana (2a., 4a. e 6a. feiras) e outra diariamente nas vias comerciais — exceto aos domingos. Mas de repente o esquema foi mudado para o período diurnos, nas três vezes por semana. E excluiu as vias comerciais cotidianamente. É claro, a situação piorou para todos.
Os sacos de lixo e entulhos ficam à disposição, nas calçadas, de um dia para o outro — até pelo costume dos moradores e a comodidade. Apesar da reclamação geral com os problemas enfrentados, a Subprefeitura ignorou os protestos dos moradores. Nada feito, mais problemas contra a saúde dos contribuintes — sempre ignorados.
O modelo dos chamados “ecopontos” também não acompanhou a mutação cultural e diversidade da cidade, ficando preso em regras antiquadas, tornando mais cômodo e simples o descarte nas ruas de móveis e entulhos para posterior retirada do caminhão “cata-bagulho” — isto quando cumpre a promessa e passa no local.
Os locais dos ´´ecopontos´´ não ficam próximos e criam um problema de transporte para os moradores, na maioria sem condições de mobilidade. O certo seria a Subprefeitura disponibilizar um telefone de serviço para retirada especial do ´´cata-bagulho´´na residência do morador e entrega no ´´ecoponto´´. Com isto, certamente diminuiria o descarte irregular pelos ´´cantos das ruas e praças´´.
A soma de politicas públicas inexistentes em educação ambiental (até para os alunos nas escolas públicas), somadas a pirotecnia eleitoral, associadas com a falta de consciência do viver em sociedade de parcela dos nossos vizinhos é responsável por colocar as Vilas Maria / Guilherme / Medeiros para liderar a corrida de contaminação em São Paulo.
Acabada de sair um boa notícia para nossos bairros e vilas é que existe vacina contra a dengue — e outras estão sendo estudadas e desenvolvidas nos institutos. Infelizmente, por enquanto, apenas na rede particular, com custo médio de R$500,00. Com a escala da contaminação, a tendência natural é que tenhamos em breve a mesma vacina disponível na rede Sistema Único de Saúde (SUS) e de maneira gratuita.
(*) Beto Freire — Antônio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na verdadeira Zona Norte (*), nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, um apaixonado pela verdadeira Zona Norte (*), sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve quinzenalmente. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção, já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).
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Nota da Redação: O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.
(*) Nota da Redação-Esclarecimento: A Prefeitura da Cidade de São Paulo faz o uso equivocado dos pontos cardeais -– que acaba influenciando as emissoras de rádio e tv, mais as outras mídias e a população — classificando os distritos, bairros e as subprefeituras da Freguesia do Ó / Brasilândia, Pirituba / Jaraguá / São Domingos e Perus / Anhanguera como sendo ZONA NORTE.
O certo é ZONA NOROESTE, pois os distritos e bairros estão mais entre a Zona Norte e a Zona Oeste — puxando pelo ponto colateral. A verdadeira ZONA NORTE, que é adotada por este jornal, tem como distritos, bairros e subprefeituras: Casa Verde / Cachoeirinha / Limão, Santana / Tucuruvi / Mandaqui, Jaçanã / Tremembé e Vila Maria / Vila Guilherme / Vila Medeiros.
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