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Médicos entram em greve em SP, que pode afetar as UBS e outros equipamentos

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Os médicos  e médicas de Organizações Sociais da Saúde (OSSs) estão em greve. A categoria, que decidiu em assembleia pela paralisação das atividades nesta 2ª feira (26/06/2023), reivindicam o pagamento retroativo referente à Convenção Coletiva Salarial 2022/2023. Houve pela manhã uma concentração dos médicos em frente ao prédio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na Vila Buarque/Centro.

Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), o movimento de greve ocorre nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Assistência Médica Especializada (AME), Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (Emad), Programa de Acompanhante de Idoso (PAI), Centro Especializado em Reabilitação (CER), enfermarias e centros cirúrgicos eletivos que não oferecem atendimento de urgência, de acordo com a divisão de competências do Sistema Único de Saúde (SUS) médicos

O Simesp acrescenta que a postura irredutível do Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Sindhosfil-SP) se manteve mesmo com uma intimação do Ministério Público do Trabalho (MPT) à apresentação de uma contraproposta para o pagamento do retroativo.

A entidade médica notificou todas as OSSs e filantrópicas cujos profissionais aderirem ao movimento, bem como o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a SMS e o MPT. Foi lembrado que, por terem iniciado o pagamento dos atrasados, as unidades administradas pelas OSS Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP), Associação Comunitária Monte Azul, Fundação Faculdade de Medicina (FFM) não serão afetadas.

Essa paralisação não atingirá unidades de urgência e emergência, como UPAs, AMAs, UTI e serviços de urgência e emergência cirúrgica

“Reivindicamos o pagamento dos 7 meses de reajuste, que obtivemos na negociação. Conquistamos o reajuste pela inflação e exigimos que esse direito seja pago agora pelas organizações sociais e pelo patronal Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Sindhosfil-SP) que se negam a pagar esses 7 meses retroativos de reajuste´´, defendeu a diretora do Simesp e dirigente sindical, Juliana Salles.

Ela esclareceu que o objetivo ´´é que, em conjunto com as trabalhadoras e trabalhadores de organizações sociais, devemos caminhar em unidade para obtenção de nossos direitos numa campanha salarial cada vez mais unificada, que nos traga melhorias de condições de trabalho e reajustes adequados a nossas profissões”.

Lembrou ainda que a Prefeitura da Cidade de São Paulo repassa os recursos mensalmente para as OSSs pagarem salários, insumos e garantirem condições de trabalho. E deixou uma dúvida: ´´então, se eles não estão pagando o retroativo, para onde está indo o dinheiro?”, acrescentando que a Secretaria Municipal da Saúde tem responsabilidade em dar essa resposta e efetivar os salários dos profissionais médicos que estão atuando em 90% dos serviços de saúde do município.

O Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) apoia  a paralisação dos médicos e médicos junto ao Simesp. O Sindicato dos Médicos estava aguardando uma reunião, na tarde desta 2a.feira (26/06/2023) , junto à Secretaria Municipal da Saúde e Prefeitura da Cidade de São Paulo, já com assembleia marcada para a noite.

O que diz o SINDHOSFIL

O presidente do Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo  ( SINDHOSFIL/SP ),Edison Ferreira da Silva, rebateu o Simesp e apresentou a seguinte nota a respeito da paralisação: 

´´A Convenção Coletiva 2022/23 foi assinada com vigência a partir de 01.04.23. O Sindicato Profissional ingressou no Ministério Público do Trabalho (MPT) manifestando-se contrário ao instrumento assinado pelos representantes da Categoria Econômica e Profissional, sob a alegação que existem diferenças salariais. Houve audiência no MPT, as partes apresentaram suas manifestações e, agora, remetem para decisão superior.

O SINDHOSFIL/SP negociou com o Sindicato Profissional desde setembro de 2022 e somente em abril de 2023 o Profissional assinou a convenção coletiva com reajuste a partir do mesmo mês (abril/23).

1 – O profissional requer as diferenças salariais retroativas a data base setembro/22, quando a convenção já foi assinada;

2 – O patronal, com base na Assembleia, se manifestou em manter a Convenção assinada pelo presidente do Sindicato dos Médicos; e

3 – O MPT/SP manifestou na data de 22.06.23 remessa dos autos à instância superior para deliberações sobre a manifestação do profissional de greve, a fim de verificar se será instaurado dissídio de greve ou não.

O que diz a Secretaria Municipal da Saúde

Em resposta ao DiárioZonaNorte, a  Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realiza o pagamento do reajuste retroativo dos meses entre setembro de 2022 a março de 2023 para todas as Organizações Sociais de Saúde (OSSs), conforme recebe o plano de trabalho de cada uma. A pasta segue em diálogo para que enviem o mais rápido possível. 

Sobre a decisão dos médicos contratados por OSSs e hospitais filantrópicos, que deliberaram por paralisar suas atividades profissionais nesta segunda-feira (26), a SMS está monitorando, junto às Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) e organizações parceiras, a situação nos equipamentos de saúde da rede municipal. 
 
As OSSs estão orientadas a realizar contratações temporárias para não afetar o atendimento à população. Não haverá paralisação das atividades das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), unidades de terapia intensiva (UTIs) e demais serviços de urgência/emergência clínica ou cirúrgica, em cumprimento à legislação vigente.

 


 

<<Com apoio de informações/fonte: Assessorias de Imprensa Simnesp/Sindsep >>

 

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