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O tempo passa, o tempo voa, e os estragos das chuvas continuam numa boa…

Tempo de Leitura: 4 minutos

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por Beto Freire (*) — Artigo n. 18 – < Cidadania >

Nas últimas semanas, tivemos muitas ruas e travessas das Vilas Maria-Guilherme-Medeiros alagadas, com bastante prejuízo para moradores e comerciantes. Tradicionais pontos de alagamento novamente viraram notícia, e pasmem, vias que nunca encheram agora estão sofrendo a cada precipitação de água.

O poder público através dos amigos, uma hora culpa São Pedro outra alega que “sempre foi assim, mesmo onde não era…

Aparentemente em vez de medidas e obras para amenizar e/ou solucionar antigos problemas, o discurso é para conformar a população. Bem ao estilo “aceita calado que dói menos” enquanto móveis e mercadorias vão literalmente afundando a cada trovoada.

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A Rua Chico Pontes com Nadir Figueiredo, por exemplo, virou rota aquática entre novembro e março. A  Praça Santo Eduardo também tem suas qualidades nesse período, basta chover que temos água cobrindo toda a praça, quase um lago de verão… E com o passar dos anos, nada é realmente utilizado para solucionar velhos e conhecidos pontos com excesso d’água.

É só pensar onde encheu e lá vem o trecho perto do Café Jardim, na Rua Arari Leite, e na Rua Alcântara, que mesmo com uma “garoazinha” ou chuvinha enche… imagina com os “torós”. E, com isto, comenta-se as galerias e os bueiros sem manutenções.

A culpa não é do Pedrão… A culpa é da obstrução de galerias pluviais, a deficitária  coleta de lixo e resíduos e a inexistente política de educação ambiental são um conjunto de sucesso para o caos do verão nas Vilas.

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O que precisamos exigir ?

Substituição de galerias pluviais antigas, implantação de novas galerias e bueiros, ampliação da coleta de resíduos no Cata Bagulho e Ecopontos. Mais eficiência na coleta seletiva e principalmente o retorno da coleta de lixo diária nas vias comerciais de nossos bairros e vilas.

Os jardins de chuva são um exemplo de eficiência aliados ao baixo custo. Mas nas Vilas Maria-Guilherme-Medeiros não temos ainda nenhum sequer. Pisos intertravados tem custo pequeno e são ecologicamente corretos para absorção natural, em nossa região a cada ano temos mais impermeabilização das vias ao invés da manutenção do piso existente. Ou até as canaletas e as bases das sarjetas com paralelepípedos para escoar e infiltrar as enxurradas.

Sabemos perfeitamente que alguns pontos de Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros estão abaixo do nível do Rio Tietê. É prudente lembrar que a Holanda encontra-se abaixo do nível do mar, a tradução de Holanda inclusive é “países baixos” e mesmo assim a engenharia evita constantemente que os holandeses tenham um aquário como residência.

Nos lugares com nível negativo, a instalação de piscinões utilizando o modelo do Pacaembu, são uma solução plausível, concomitante com campanhas sócio-educativas visando respeito com a vida coletiva em uma megalópole.

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Onde estão os recursos

Os recursos públicos existem, apenas esse ano a Prefeitura da Cidade de São Paulo vai arrecadar mais de 90 bilhões de reais com Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), desse montante mais de 10 bilhões de reais estão destinados para obras em nossa cidade.

Parou o período das chuvas, ninguém se mexe para prevenir as próximas que podem chegar. É lamentável. Com os buracos por toda a cidade, o poder público fecha os olhos e dá desculpas para as enchentes.

Como meta de imediato,  haveria a possibilidade de montar mutirões de emergência para solucionar os problemas e desviar as verbas de assuntos não urgentes (como blocos carnavalescos, shows pirotécnicos, corridas etc.), e que podem esperar, e priorizar o que merece ser priorizado – sem mexer na Saúde e na Educação. Cortar os gastos e economizar onde puder dentro da infraestrutura da Prefeitura e das subprefeituras.

Evidentemente para nossa região tem uns poucos trocados, para aquelas obras que são excelentes para imagens do Facebook e Instagram… E nenhuma utilidade para os contribuintes que pagam toda a brincadeira com o dinheiro público.

Quando os eleitores das Vilas entenderam que políticos tem medo de povo na rua e perder voto na urna, com certeza absoluta teremos atenção do poder público fora do período eleitoral. Principalmente em infraestrutura básica, que é o alicerce do desenvolvimento urbana para a geração de empregos e renda com qualidade de vida. O povo tem que buscar na cidadania a união dos moradores das ruas e dos bairros para mostrar o descontentamento com a situação. Levantar bandeiras e buscar os direitos por todos os meios.


Como exigir os direitos === Leia também as considerações da advogada Dra. Marília Turchiari, com o título “Prejuízos com enchentes e catástrofes climáticas podem ser indenizados”, mostrando os caminhos para reivindicar os direitos diante do poder público. Clique aqui.


Beto Freire

(*) Beto Freire — Antonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, é torcedor apaixonado pela Portuguesa de DesportosEle é um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve às 3as.feiras. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção,  já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).


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Nota da Redação: O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.

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