tragédia
por Beto Freire (*) — Artigo n. 15– < Cidadania >
A tragédia em nosso Litoral Norte, deixou todos nós comovidos, a tromba d’água levou vidas e vidas inteiras de trabalho. Muita gente perdeu tudo do pouco que demorou décadas para construir com bastante dificuldade. A enxurrada levou sonhos, casas, veículos, comércios e pessoas morro abaixo e rio acima.
Essas enchentes periódicas no verão, não são exclusividade do Litoral Norte, aqui em nossa Zona Norte ocorrem com muita frequência, e praticamente nos mesmos lugares há mais de cinquenta anos.
É um filme repetido, seja na baixa Vila Guilherme ou na baixa Vila Maria, no Parque Novo Mundo, Vila Sabrina, Vila Ede os pontos de alagamento são antigos velhos conhecidos da população.
E pasmem, do poder público também!
O exemplo não copiado
O que muda nesse cenário trágico são as atitudes, enquanto o Governador Tarcísio foi ao local no litoral e mudou seu gabinete para São Sebastião e o presidente Lula deixou sua folga na Bahia e partiu com seus ministros ao local dos acontecimentos e pediu auxílio do Exército brasileiro, aqui em nossa Zona Norte — com reflexos em toda a cidade — não acontece absolutamente nada.
Faltam ação e disposição de nossos representantes – inclusive na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa — e gestores, que não se deslocam aos locais dos tristes acontecimento, até sem criatividade para realizar políticas inovadoras e eficazes. É aquele prato insosso servido aos contribuintes, difícil de mastigar, impossível de engolir.
Como diminuir os impactos
Aqui em nossas Vilas, diferente do Litoral Norte, o plano de ação e custos para diminuir o impacto das chuvas é mais simples, com custo benefício grande.
Precisamos de substituição de galerias pluviais, desobstrução de bueiros entupidos, maior vazão de água em pontos específicos de nossas Vilas e bairros.
E três ou quatro piscinões, utilizando o modelo do Pacaembu, que desde os anos 90 terminou com as enchentes na região, e sem afetar a arquitetura do bairro. Esse modelo de piscinão submerso, traria um verdadeiro impacto positivo à nossa região.
Os jardins de chuva, com custo baixo e renovação paisagística de espaços públicos, são outra solução prática e inexistente nas Vilas.
Os pisos intertravados ou paralelepípedos, tem função ecológica perfeita, absorvendo e enviando a água para o lençol freático. Aqui ao invés de preservamos, passamos camada ralinha de asfalto, deixando a via sem utilidade de absorção natural e cheia de buracos futuros.
O barato custa caro
O bom, barato e eficiente é desprezado pelos nossos políticos, que fazem bastante propaganda e pouco entregam para benefício coletivo.
Obras de infraestrutura, “embaixo da terra” tem pouco impacto visual, mas trazem qualidade de vida imediatamente. Quando temos boa infraestrutura, atraímos empresas, empregos, investimentos privados e mais vizinhos para fazer girar a roda de prosperidade dentro de nossa região.
Os melhores lugares do planeta tem boa infraestrutura, áreas verdes públicas com lazer, segurança pública admirável e oportunidades variadas de trabalho e rendimentos.
Ou seja, tudo que falta para nossa Zona Norte.
(*) Beto Freire — Antonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, é torcedor apaixonado pela Portuguesa de Desportos. Ele é um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve às 3as.feiras.
Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção, já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).
(Re)leia artigos anteriores publicados no DiárioZonaNorte – às 3as. feiras:
- Paralelepípedos e biovaletas tem custo baixo e são eficazes contra enchentes – 20/12/2022 – Clique aqui
- Sobram enchentes e faltam as políticas públicas decentes nos bairros e nas Vilas – 22/11/2022 – Clique aqui
- *Triste olhar das Villas e 100 anos após com poucas mudanças nos velhos problemas – 06/12/2022 – Clique aqui
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