- No passado, festa de aniversário nas praças do bairro
- Nos dias de hoje, festa só se tiver conotação politica
- Tucuruvi é mais um bairro sem lembranças do passado
O bairro do Tucuruvi completa 119 anos de história nesta 2a.feira ((24out2022). Como vem acontecendo com outros bairros da Zona Norte, a data fica no esquecimento e sem homenagens. Passa em branco para a Subprefeitura Santana / Tucuruvi/ Mandaqui, que desta vez não tem um motivo politico — já que as próximas eleições para prefeito e Câmara Municipal ocorrerão somente em 2024.
Mas vamos ao histórico deste importante bairro da Zona Norte. A palavra Tucuruvi tem origem na língua tupi e significa “gafanhoto verde”, através da junção dos termos tukura (gafanhoto) e oby(verde). E homenageando o bairro, o gafanhoto é também mascote da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi.
Os distritos que fazem divisa com Tucuruvi: Tremembé (Norte), Jaçanã (Leste), Vila Medeiros (Sudeste), Santana (Sudoeste), Mandaqui (Oeste) e Vila Guilherme (Sul). E 17 bairros que compõem a região: Vila Dom Pedro II, Parada Inglesa, Jardim França, Vila Mazzei, Jardim Kerlakian, Jardim Barro Branco, Jardim Dona Leonor Mendes de Barros, Jardim Maria Antônia, Parque Rodrigues Alves, Tucuruvi, Vila Pedrosa, Vila Gustavo, Vila Nivi, Vila Constança, Vila Santa Terezinha, Parque Vitória e Vila Cachoeira
O início
O primeiro núcleo de povoamento da área foi criado em 1903, quando o inglês William Harding comprou terrenos na região, formando o bairro Parada Inglesa. Era só mata na continuidade da Serra da Cantareira.
Um pouco mais adiante das terras da Parada Inglesa, o então Sítio Pedregulho pertencente a Bento Ribeiro da Silva, foi vendido para Mariano Antônio Pedro por 128 contos de réis.
Esta mesma propriedade foi revendida para Ignácio Joaquim por 158 contos de réis e passou a se chamar Sítio Lavrinhas, sendo posteriormente herdada por Claudino Ignácio Joaquim que, em 1914 vendeu as terras para o italiano Henrique Mazzei.
Os primeiros loteamentos
Mazzei então, dividiu o sítio em loteamentos dos 500 mil metros quadrados em lotes de dez por quarenta metros e dez por cinquenta metros, ocupados por pomares e jardins que aproveitavam o declive acentuado dessa região, vendendo-os em pequenas prestações. O loteamento deu início a Vila Mazzei.
Em terreno cedido pelos Mazzei, foi iniciada, em 1918, a construção da Igreja Menino Jesus, na atual avenida Mazzei. O distrito manteve aspectos rurais durante muito tempo.
O mesmo Henrique Mazzei foi contratado pela família Medeiros para o trabalho de arruamento e loteamento de um novo bairro que viria a ser a Vila Medeiros, fundada oficialmente em 11 de outubro de 1912.
Tramway da Cantareira
O Tramway Cantareira ligava o Centro até a Serra da Cantareira, desenvolvendo o distrito em torno de suas estações. Este trem era um dos únicos meios de transporte dos moradores do distrito até a década de 1960.
Anteriormente denominado Cantareira, a área foi desmembrada do distrito de Santana, pela Lei 2.104 de 29 de dezembro de 1925.
Só em 1934 o distrito da Cantareira passou oficialmente a denominar-se distrito do Tucuruvi, com sede no bairro Tremembé, ocupando uma área de 89 quilômetros quadrados.
Foi por meio da articulação dos moradores Manuel Gomes, João Gualberto de Almeida Pires, Manoel Tomé Novaes e o capitão Ary Gomes que a a sede foi transferida do Tremembé para o Tucuruvi e com ela, a mudança de sua denominação para subdistrito de Tucuruvi, através do Decreto 6.618, de 21 de agosto de 1934.
O progresso
Hoje, o Tucuruvi está transformado com o lançamento quase diário de modernos empreendimentos. A região é um emaranhado de prédios, que até escondem o perfil à distância da Serra da Cantareira.
O metrô tem o terminal no Tucuruvi, ao lado de um shopping, com os pontos de ônibus municipais e até da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU com a vizinha Guarulhos.
No antigo espaço do Condominio Valparaizo, vários supermercados ocuparam o terreno e o último foi o Carrefour. Em seguida, esse supermercado foi ao chão e no lugar surgiu o TriMais, com seus 96 caixas e várias lojas. Ao lado, um prédio que vai comportar escritórios.
A principal rua do comércio continua sendo a Avenida Tucuruvi, onde os grandes magazines também aderiram. Na mesma avenida fica o prédio da Subprefeitura da região, mas que lamentavelmente não conservaram a antiga casa do inglês Willian Harding, o precursor do desenvolvimento da região.
E assim é um pouco do passado chegando nos dias de hoje com os inúmeros prédios e condomínios. E os velhos e históricos prédios e casarios acabam sendo derrubados pelas incorporadoras para levantar inúmeros prédios. Tucuruvi tem um pouco de tudo, cresce a cada dia e não guarda um passado. Resta somente dar os parabéns, ainda se for possível.
<< Com apoio de informações/fonte: (*) “Nossos Bairros, Nossas Vidas” – “São Paulo, Minha Cidade” – SP Turis / Prefeitura da Cidade de São Paulo>>
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