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da Redação DiárioZonaNorte
- O livro é um documento histórico como parte do acervo fotográfico de 260 mil itens
- Imagens de cidades na época de Taubaté, Itu, Boituva, Salto, São Roque e Santos
- O livro pode ser adquirido junto ao Museu da Energia em São Paulo ou no interior
Voltar ao tempo por onde viveram e conviveram os nossos antepassados, por ruas e lugares que a cidade de São Paulo recebeu as mudanças do início do século 20. E hoje a cidade se transformou em mudanças radicais e até irreconhecíveis, onde casarões e castelos foram destruídos — ou nos terrenos subiram os prédios modernos. Imaginar por onde nossos bisavós, avós, pais e parentes caminharam pelo centro e como viviam naquela época. É retroceder em saudosas e históricas memórias com imagens.
Um lado bom é que ainda temos fundações e empresas que preservam as memórias fotográficas, pelo menos. Pois ainda temos como folhear as 155 páginas, no formato 25 cm. por 25 cm., do belo exemplar “São Paulo em 200 imagens”, editado em 2015 — “mas vivo para a eternidade” — através do acervo fotográfico da Fundação Energia e Saneamento é repassar momentos de outro modo de vida. Virando página a página com todas fotografias em branco&preto — nenhuma em sépia —, mas vibrantes e apaixonantes pela época.
O passado no presente
O que o passado nos deixou de recordações e registros. O livro reúne uma seleção de diferentes lugares, pessoas, cenários e momentos de relevância histórica da cidade e do estado como um todo. Um período de transformação da sociedade marcado por intenso processo de urbanização e industrialização.
O livro é dividido em três capítulos. O primeiro, “São Paulo em movimento“, traz imagens da capital, do interior e do litoral paulista no início do século 20 e dos conflitos, como a Revolução de 1924 e de 1932.
No segundo capítulo, “Paisagens Urbanas”, a arquitetura e a estética das edificações do interior e da capital ganham espaço. No último capítulo, “Energia”, os leitores terão a oportunidade de refletir sobre as transformações através da ótica do setor energético, com destaque ao trabalhador nas obras e na manutenção dos serviços de eletricidade, tão essenciais para as mudanças que influenciaram, para sempre, a vida em sociedade.
Como era a época
São páginas que não devem ser apagadas ou esquecidas. Casarões e palacetes da Av. Paulista de 1899, quase um vazio; e depois em 1957, já mostrando edifícios ao lado dos casarões, e sobressaindo o Edificio Baronesa de Arary – o mais alto. Os carros bigodes, da Ford, trafegando pelas ruas e avenidas, na maioria com paralelepípedos, mas ainda existiam os enormes bebedouros redondos para os animais. Sem contar os caminhões com motor na frente que já faziam seu transporte de mercadorias e entregas — ainda concorrendo com as carroças.
Vale notar como eram as casas naquela época, com porões, ao nível da calçada – onde em outras épocas abrigaram as moradias de muitas famílias. As roupas com as mulheres em seus vestidos longos e rodados; e o homens na elegância de seus ternos completos e o indefectível chapéu, junto aos meninos com calções com alças tipo suspensórios.
Uma das cenas mais emblemáticas registrada, entre 1896 e 1900, é a que mostra cerca de 110 imigrantes, em pé, que estiveram juntos por segundos para a foto. Ali se nota o jeito de cada um na esperança de “terras da sorte e prosperidade”, vindos de vários países. Muitas crianças e as menores nos ombros dos adultos. Um mundo novo começou a ser construído na Hospedaria dos Imigrantes, no Brás.
Misturando anos e fotos, o livro traz a marca do tempo no desenvolvimento de uma cidade que se tornou uma megalópole e “a maior e mais populosa da América do Sul”. As marcas do tempo as garagens das empresas The São Paulo Tramway Light&Power (1911) e a Companhia de Gaz de São Paulo-Fogões e Aquecedores, no Solar da Marquesa, na Rua do Carmo (hoje Rua Roberto Simonsen). Ou o Matadouro Municipal, que se transformou na atual Cinemateca Brasileira – Largo Raul Cardoso, na Vila Mariana.
Virando as páginas do livro “São Paulo em 200 Imagens”, alguns itens selecionados:
- o primeiro bonde da cidade inaugurado na Barão de Limeira (1900);
- o bonde de Santo Amaro em sua última viagem (27/03/1968);
- obras nas esquinas da São João com a Av. Ipiranga (1929);
- Rua Boa Vista que ainda não era o centro financeiro com os bancos (1937);
- Rua Líbero Badaró com os trilhos dos bonde (1931);
- os trilhos do bonde da Rua da Liberdade;
- o Parque Antarctica (1908), que passaria depois ao S.E.Palmeiras;
- da Zona Norte tem a Av. Cabuçú no Jaçanã e a Av.Gal.Ataliba Leonel (1954);
- Zona Norte: Av. Jaçanã, 1954 com Cine Aparecida próximo Rua Nélson Mazzei.
- foto aérea do centro de São Paulo mostrando o Anhangabaú (1947);
- o Parque da Luz em 1908;
- o Palácio da Indústria no Parque D.Pedro II (1931); e
- Av. Brigadeiro Luis Antônio com residências em 1900.
Tudo está resumido nas palavras de Andressa Romualdo, Coordenadora do Acervo da Fundação Energia e Saneamento: “da diversidade dos 41 fundos e coleções de seu acervo foi possível realizar a seleção das 200 imagens presentes no livro. Somente de documentos iconográficos, a instituição detém aproximadamente 260 mil itens”.
Fatos históricos
Esse livro é um tesouro nas mãos de nossos antepassados, que viveram e podem “matar saudades” da época. Quem puder, pode compartilhar a leitura com o livro de Roberto Pompeu de Toledo – “A Capital da Vertigem – Uma história de São Paulo, de 1900 a 1954” (582 páginas, Editora Objetiva). É juntar o útil ao agradável, com mais fotos da época e muitas informações importantes da cidade.
Serviço
São Paulo em 200 imagens
- Valor: 42 reais
- Onde comprar: unidades do Museu da Energia – São Paulo, Itu e Salesópolis
- Museu da Energia de São Paulo: Alameda Nothmann, 184, Campos Elíseos, São Paulo. Contato: (11) 3224-1489 ou (11) 99169-8531 (WhatsApp).
- Museu da Energia de Itu: Rua Paula Souza, 669 – Centro, Itu. Contato: (11) 4022-6832 ou (11) 94805-4429 (WhatsApp).
- Museu da Energia de Salesópolis: Estrada dos Freires, km 06 – Freires, Salesópolis, São Paulo. Contato: (11) 4696-1332 ou (11) 99115-0020 (WhatsApp).
Sobre a Fundação Energia e Saneamento === Desde 1998, a Fundação Energia e Saneamento pesquisa, preserva e divulga o patrimônio histórico e cultural dos setores de energia e de saneamento ambiental. Por meio das unidades do Museu da Energia, realiza ações culturais e educativas que reforçam conceitos de cidadania e incentivam o uso responsável de recursos naturais, trabalhando nos eixos de história, ciência, tecnologia e meio ambiente.
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<<Com apoio de informações/fonte: Betini Comunicação/Bartira Betini-Cibele Silveira>>
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