juntos
por Toninho Macedo (*) / Reflexões – 8
Nesta 5ª feira uma reflexão em dose dupla: um exercício poético meu, e um recorte de um texto do jornalista Públio José, ambas as produções se encaixando em nosso contexto presente. No link ao final, a íntegra de seu texto.
Se acaso
E, se acaso já não podes cantar
Se te trancaram a voz
Emperraram teu gesto…
Se te embargam os passos
Aprisionam os pensamentos
Desafinam a lira…
E se, ainda, gritam
Obscurecem teu canto
E a trituram, remoem, deformam
Se te ameaçam
Prometem, promovem, processam…
Cala-te, ao menos!
Não arremedes outros cantos…
( Toninho Macedo- 9 de março 2007 )
Onde foi parar a lanterna?
Diógenes foi um filósofo grego, ligado à Escola dos Cínicos, e que viveu no período de 437 a 375 a.C, amante da natureza e um desprendido em termos materiais e um cultor da virtude, da decência, da moralidade. Cínico por opção, e inconformado com o caos social que, então, se prenunciava, pergunta-se como contribuir para mudar as coisas. Assim…
“Certo dia, diante de um turbilhão de sentimentos, e num ápice de intensa reflexão, saiu pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, com uma lanterna na mão. Acesa! Ação fulminante. As raposas, as dondocas, os dândis, os sanguessugas ficaram estupefatos.
Um homem sábio, íntegro, com uma lanterna acesa na mão – em plena luz do dia! Estaria louco? A resposta, de uma lógica chocante, veio depois de muita indagação, depois de ter espicaçado a curiosidade, principalmente, dos poderosos:
“Estou à procura de um homem honesto”. Recado transmitido, missão cumprida, recolheu-se satisfeito.
Precisamos urgentemente de uma nova lanterna, de um novo Diógenes que invada as mentes dos homens levando a luz da racionalidade, das decisões em benefício do povo.
( Públio José – jornalista — [email protected])
*) Toninho Macedo — Por trás do conhecido Toninho Macedo, há o cidadão Antonio Teixeira de Macedo Neto, que conduziu grandes festivais de cultura e de folclore culminando no maior Festival de Cultura Paulista Tradicional, o “Revelando São Paulo“ – criado em 1996 –, por seis edições memoráveis na Zona Norte (Vila Guilherme, em 2010 a 2014 e 2017/2018), além do interior e litoral.
Nele há também muita experiência e inteligência, que vem da graduação em Licenciatura Plenas em Letras Neo-Latinas (1972) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo-USP (2004). Atualmente é diretor cultural e artístico da Abaçai Cultura e Arte, além de gerir Museu da Inclusão e a Fazenda São Bernardo, fundada em 1881 em Rafard (interior de São Paulo), onde Tarsila do Amaral nasceu e passou a infância — saiba mais clicando aqui
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