- João Cabral de Melo Neto nasceu em Recife (PE), em 1920
- Além de escritor e poeta, João Cabral foi também diplomata brasileiro
- Morte e Vida Severina é um livro de poemas regionalista escrito entre 1954 e 1955 (ano da publicação)
“Morte e Vida Severina”, a mais popular obra de João Cabral de Melo Neto, retornou ao Teatro Tuca, local em que estreou, em 1965. E fica em cartaz até 26 de junho. A nova montagem recebe a direção de Elias Andreato e reúne, no palco, 13 jovens talentos de várias cidades do Brasil, principalmente do Nordeste, e cinco músicos, que darão tom às composições de Chico Buarque, sob a direção musical de Marco França.
A ideia de produzir Morte e Vida Severina partiu de um sonho da dramaturga e produtora Célia Forte que, aos 16 anos, assistiu a peça no extinto Teatro Markanti. E a realidade se fez. “Trazer à baila, nesse momento, a poesia de João Cabral de Melo Neto e as composições de Chico Buarque, num Brasil com tantos ´brasis´, é tão necessário e forte, tão necessário e poético, tão necessário e seco e tão necessário e vivo“, acredita Célia Forte.
Se esse espetáculo marcou a vida da dramaturga e produtora, a ponto dela ter certeza, ainda na adolescência, que “queria fazer isso da vida”, o diretor do espetáculo, Elias Andreato, tem uma forte relação com o autor. “Fiz minha estreia no teatro amador com a peça O Rio, de autoria de João Cabral de Melo Neto. Essa montagem de Morte e Vida Severina reúne um elenco de jovens talentosos e uma equipe de ´fazedores de arte´ comprometida em criar um espetáculo emocionante em sua essência“, conta Andreato.
A produção do espetáculo é da Morente Forte Produções Teatrais e envolve uma equipe renomada de criativos. O cenário tem a assinatura do artista que nos deixou recentemente, Elifas Andreato; os figurinos, de Fábio Namatame; desenhos de luz de Elias Andreato e Júnior Docini; desenho de som, de Marcelo Claret; e direção de movimento, Roberto Alencar.
A obra
Morte e Vida Severina é um auto de natal pernambucano, publicado em 1954/55, e que teve sua estreia nos palcos na inauguração do Tuca, em 1965. Na época, Roberto Freire era o diretor do teatro e partiu dele o convite para Chico Buarque musicar a obra de João Cabral de Melo Neto, o que acabou se transformando em um sucesso que atravessou fronteiras.
A peça faz um relato sobre a vida e trajetória árida do povo do sertão nordestino, ainda desconhecidas pela maioria. O sofrimento enfrentado por Severino, na montagem representado por Dudu Galvão, ator natural do Rio Grande do Norte, é um retrato – ainda atual – dos migrantes nordestinos que buscam uma existência mais digna nas grandes cidades.
Em sua viagem rumo a uma vida melhor, Severino se depara com situações de morte, desespero, de miséria e fome. Ao chegar à capital pernambucana se desilude, pois a realidade que encontra ali não é muito diferente da do sertão. Pensa em suicídio, mas o nascimento de uma criança faz renascer sua esperança, apesar das dificuldades. Assim, a saga nordestina se desenha, revelando a alma de um povo que caminha forte em sua fé.
Nesse poema, João Cabral de Melo Neto abusa da linguagem poética sem deixar de lado aspectos sociais e políticos. O texto marca, inclusive, o momento em que a arte é usada para manifestações políticas no país. Os versos são curtos, sonoros (geralmente com sete sílabas) e quase musicais, lembrando as poesias de cordel.
A sonoridade, portanto, é um elemento importante da obra. “Imagine um restaurador diante da Monalisa. Me sinto assim mexendo com essa obra de João Cabral e Chico Buarque. Pôr as mãos no sagrado requer muito cuidado, respeito e escuta. Preciso deixar os poetas ecoarem livremente sem que eu os atrapalhe. Deságuo a cada dia e agradeço por esse privilégio”, afirma o diretor musical, Marco França.
Para a produtora Selma Morente, a temática do texto é urgente e necessária. “Revisitar essa obra em um momento tão difícil e desafiador é dar voz aos tantos Severinos espalhados pelo país, que não fogem só da seca, mas do preconceito, da fome, da exclusão, da marginalização“, acredita Morente.
O diretor Elias Andreato concorda: “Nesse país tão plural, doloroso e esperançoso, somos todos Severinos em busca de poesia e dignidade”. A nova montagem de Morte e Vida Severina emprega, direta e indiretamente, cerca de 150 profissionais.
Ficha técnica
Obra: JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Músicas: CHICO BUARQUE
Direção Geral: ELIAS ANDREATO
Direção Musical, Arranjos, Aboios e Lamentos (original): MARCO FRANÇA
Voz: MARIA BETÂNIA
Poema Seca: DJAVAN
ELENCO: DUDU GALVÃO (Severino) / ANDRÉA BASSITT (Cigana 2) / BADU MORAIS ( Mulher da Janela) / BEATRIZ AMADO (Retirante e flauta) / FERNANDO RUBRO (Retirante) / GABRIELLA BRITTO (Retirante ) / IVAN VELLAME (Retirante) / JANA FIGARELLA (Funeral) / JOÃO PEDRO ATTUY (Coveiro 1) / JONATHAN FARIA (Mestre) / PABLO ÁSCOLI (Retirante) / PATRICIA GASPPAR (Cigana 1) / RAPHAEL MOTA (Coveiro 2)
Coordenação de Comunicação: BETH GALLO / Assessoria de Imprensa: MORENTE FORTE – THAIS PERES / Produção Executiva: MARTHA LOZANO / Produtoras SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE
Serviço
- Gênero: Musical
- Temporada 2022: até 26 de junho de 2022
- Apresentações: 6a.feira e sábado, às 21hs., e Domingo, às 19hs
- Duração: 90 minutos
- Indicação de faixa etária: 12 anos
- Local: TUCA – Teatro da PUC-SP
- Endereço: Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes – SP
- Capacidade: 470 lugares (capacidade reduzida/Covid19)
- Vendas: na internet: Sympla – clique aqui – (aceita todos os cartões de crédito)
- Horários da bilheteria: 4ª feira/sábado (14hs às 20h) e (Domingos 14h às 18h.)
- Ingressos: R$80,00 (às 6ªs.feiras) e R$100,00 (sábados e domingos)
- Descontos: 50% para estudantes, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência (com acompanhante), jovens de baixa renda (de 15 a 29 anos) e professores)
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<<Com apoio de informações/fonte: Morente Fortes Comunicação/Thais Peres>>