casas de cultura
da Redação DiárioZonaNorte
A Prefeitura de São Paulo pretende lançar até o mês de julho, um edital para estabelecer parcerias com Organizações Sociais de Cultura (OSCs) para compartilhar a administração das dezenove Casas de Cultura do município.
A idéia não é nova. Em 2016, a Gestão Haddad (PT), realizou por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SMDU-PMSP) e a UNESCO, uma avaliação da situação dos equipamentos culturais da cidade de São Paulo. De acordo com a avaliação de 2016, a Prefeitura não tem condições de gerir e de expandir a rede de cultura do município.
Para discutir o assunto, a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo, na próxima 5ª (07/04/2022) às 11h, realizará uma Audiência Pública com o tema “Casas de Cultura e modelos de gestão compartilhada”, atendendo a um requerimento da vereadora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL).
Comunidade artística é contra
Uma parte da comunidade artística é contra ao modelo de gestão por Organizações Sociais por considerar uma privatização da cultura e publicou em um aplicativo de mensagens, nesta 2ª feira (04/04/2022), um manifesto contra o movimento da Secretaria Municipal da Cultura e convoca o segmento para participar da audiência pública.
Participação on line
Para participar da audiência por meio de videoconferência, é necessária a inscrição por meio deste link. Já as perguntas devem ser enviadas por meio deste formulário.
O debate será transmitido ao vivo pelo Portal da Câmara por meio do link do Plenário 1º de Maio, disponível na página Auditórios Online, e pelo canal oficial da Câmara no YouTube.
Zona Norte
A Casa de Cultura da Vila Guilherme – Casarão, aquela que foi confundida pela atual gestão da Subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros com a Casa de Cultura Villa Maria, em Campos dos Goytacases – no Rio de Janeiro – está na lista dos equipamentos que poderão passar para as OSCs, assim como a Casa de Cultura Tremembé, Casa de Cultura Salvador Ligabue (Freguesia do Ó) e Casa de Cultura da Brasilândia.
Casarão Vila Guilherme
Toda Casa de Cultura surge da luta e mobilização da comunidade e de coletivos de cultura. Na Vila Guilherme não foi diferente.
O imóvel localizado na Praça Oscar da Silva, onde hoje funciona a Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão, foi construído em 1924 por Guilherme Praun da Silva– fundador da Vila Guilherme, para abrigar o Grupo Escolar Vila Guilherme, primeira escola da região.
A escola funcionou até 1970, quando deixou de pertencer ao Governo do Estado e passou para a Prefeitura de São Paulo. Entre 1977 e 2014, passou a ser a sede da Administração Regional Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros.
Com a transferência da Administração Regional (hoje Subprefeitura) para a Rua General Mendes – na Vila Maria Alta, o Casarão ficou fechado por mais de 10 anos tendo sua estrutura deteriorada pelo tempo.
Em 2014, o Conselho Participativo Municipal solicitou ao então prefeito Fernando Haddad a reforma do imóvel e a criação de uma Casa de Cultura no local. Em uma vistoria realizada em março de 2015 e acompanhada pelo DiárioZonaNorte, Haddad liberou uma verba emergencial de R$ 1,5 milhão para o telhado, forro, janelas e piso.
Em junho de 2016, a Prefeitura finalmente inaugurava a Casa de Cultura Vila Guilherme, com uma grande festa com a participação dos moradores do território.
No meio do caminho…
Antes da reforma do Casarão, Toninho Macedo – diretor cultural da Abaçai Cultura e Arte, apresentou em 2015 para a Subprefeitura da Vila Guilherme – na gestão Gilberto Rossi, uma proposta de gestão para o equipamento e a criação do Centro Cultural Luz de Pirilampos.
Centro Cultural Banco do Brasil na Vila Guilherme
Um outro detalhe, na curta Gestão João Doria a frente da Prefeitura de São Paulo, em 2017, cogitou-se passar a administração da Casa de Cultura de Vila Guilherme – Casarão, para o Centro Cultural Banco do Brasil.
O assunto ventilou durante a visita da então primeira-dama Bia Doria ao equipamento, acompanhada pela subprefeita Rosmary Correia (Delegada Rose) que respondia por Santana/Tucuruvi/Mandaqui e não tinha nada a ver com a região da Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros, o que causou uma saia justa na época.