da Redação DiárioZonaNorte
A Associação dos Amigos do Mirante do Jardim São Paulo e Região, presidida por Alba Stela Medardoni, realizou no salão do Santuário Nossa Senhora Salette na 5ª. feira (25/04/2018) sua reunião mensal, onde discutiu e procurou buscar soluções para os problemas da região. A reunião foi secretariada por Rosemary Guimarães Matos, Mirian e Marília Domingos Sarzedo.
Para compor a mesa de autoridades foram convidados Joana D´Arc Figueira – advogada e publicitária, ativista social na região da Armênia / Ponte Pequena; Iara Ferreira – Supervisora da SUVIS Jaçanã/Tremembé; Roseli Marques – Assessora da Companhia de Engenharia Tráfego – CET; 1º Tenente Gustavo Vieira – representando o comando da 3ª Companhia do 9º Batalhão da Polícia Militar; Marco Rocha – assessor de gabinete da Subprefeitura Santana/Tucuruvi/Mandaqui; e Sarita Palhoni de Souza – Assuntos Comunitários da Sabesp.
Entre as 51 pessoas da plateia, destacamos as presenças do advogado Dr . Waldir Mazzei de Carvalho (Assessor Jurídico da Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros), Saul Nahmias – membro do Conselho de Segurança Comunitária do Bom Retiro; e Dr. Messias Moraes (OAB Subseção Santana), Guarda Luizinho (Conselho Tutelar Santana/Tucuruvi/Mandaqui).
Páscoa da Associação
Alba deu início a reunião fazendo um balanço da ação social da Páscoa, realizada pela Associação e que atendeu a 25 entidades com crianças e idosos em situação de risco. A presidente da Associaçãoagradeceu a ajuda de todos que puderam colaborar, doando doces, chocolates, ovos de Páscoa e balas — que teve 32 doadores. (Veja as fotos e relação de doadores e entidades beneficiadas aqui )
A Associação Amigos do Mirante e Região realiza ações beneficentes, há 19 anos, sem nenhum subsídio municipal, estadual ou federal, contando sempre com o auxílio de amigos e pessoas que se identificam com a causa.
Alba reafirmou que a Associação é apartidária e que a Zona Norte não tem nenhum politico como representante legítimo, com a votação da população da região. Lembrou da importância de escolher melhor quem pode ajudar nos problemas e desenvolvimento da região.
Dengue
Iara Ferreira expôs aos presentes a necessidade de redobrar os cuidados com o mosquito da dengue. A Prefeitura de São Paulo ainda não divulgou os números da cidade. De acordo com estatísticas da Secretaria Estadual da Saúde estamos vivendo uma epidemia. Iara foi dura ao lembrar que “ a população `se esquece` que é parte do processo para evitar a doença, com cuidados simples em suas próprias residências”.
No Estado de São Paulo os números de casos (até 15/04) chegam a 85.486 – lembrando que no ano passado foram 14.723. Na capital, de janeiro a abril chegam a 3.164 casos. Só na Zona Norte já são 911 registrados.
As ações preventivas foram antecipadas pela Prefeitura em novembro do ano passado, quando foi lançado o Plano de Enfrentamento às Arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela), que costumam surgir com mais frequência durante o verão por conta das fortes chuvas e a concentração de água parada.
Os agentes de endemias também estão realizando ações de bloqueio de casos notificados, visitas a pontos estratégicos (locais cadastrados e que recebem tratamento periodicamente, como borracharias, ferros velhos, cemitérios, etc.) e a imóveis especiais (escolas, creches, universidades, serviços de saúde, templos religiosos, entre outros), que também recebem visitas periódicas.
A intensificação das ações da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo para combater o mosquito Aedes aegypti já resultou na visita de quase 600 mil imóveis na capital paulista entre janeiro e 21 de março deste ano. << Assista aqui ao vídeo sobre a Campanha contra a Dengue – Eliminação de Criadouros >>
Cracolândia, não
Joana D´Arc relatou o resultado da última reunião entre o Grupo de Trabalho (GT) das regiões da Ponte Pequena-Armênia e Zona Norte e os representantes da Secretaria Especial de Relações Sociais, realizada no dia 22 de abril de 2019.
Criado em outubro de 2018, o grupo teve origem no movimento em “repúdio à implantação de uma nova Cracolândia” na região da Ponte Pequena- Armênia/Zona Norte, que aconteceria com a transferência do Programa Atende e a estrutura do local para tratamento dos dependentes químicos: um terreno descampado, utilizado anteriormente pela ILUME – próximo a Marginal Tietê e Ponte Cruzeiro do Sul em frente ao Shopping D, onde seriam instalados containers para os pacientes. O GT é encabeçado por ela e Alba Medardoni, com o apoio do Portal DiárioZonaNorte.
Na reunião, houve a reafirmação do compromisso do prefeito da cidade de que “não haverá Cracolândia no terreno da rua Porto Seguro”. Para a região, Joana D’Arc elaborou um projeto que foi encaminhado ao então secretário Milton Flávio.
O documento, com exatas 45 páginas, faz uma radiografia da região, seus problemas e apresenta caminhos para solucioná-los com embasamento legal, aproveitando em grande parte a estrutura já existente. Veja a íntegra do projeto aqui.
Carnaval de Rua
Joana também fez um balanço do Carnaval de Rua de São Paulo, principalmente na região da Avenida Tiradentes, que afeta diretamente o Bom Retiro, a Armênia, a Ponte Pequena e a entrada de Santana. Joana lembra que aquela região está ligada a três territórios da cidade: a Sé, Canindé/Mooca e Santana/Zona Norte – e mais uma ponte, na Casa Verde.
O GT, juntamente com Saul Nahmias – membro do Conselho de Segurança Comunitária-CONSEG do Bom Retiro – , monitorou o evento eparticipou ativamente das reuniões realizadas pelo Ministério Público Estadual e Câmara Municipal de São Paulo, na tentativa de normatizar o evento.
Na questão da Avenida Tiradentes, o local se mostrou inadequado por interromper o trânsito no corredor Norte-Sul, a circulação de passageiros na Linha Azul (que teve estações fechadas), apresentar falhas de segurança, venda de bebidas e drogas, furtos. Um prédio da região do Bom Retiro teve suas estruturas abaladas pelo som e pela vibração causada no solo pelos foliões, o que foi atestado pela Defesa Civil.
Multidão da Zeladoria
Ao encerrar sua fala, Joana D’Arc convocou a população para participar do “Multidão da Zeladoria”. O evento foi articulado com o subprefeito da Sé, Francisco Roberto Arantes Filho, que garantiu apoio da prefeitura com o fornecimento de pessoal, caminhões e equipamentos para os voluntários da região.
A ideia é desenvolver consciência ambiental, por meio do envolvimento dos moradores na limpeza de pontos da região da Ponte Pequena/Armênia, que aconteceu no sábado – 27 de abril – veja a matéria completa aqui). A intenção é que o “Multidão da Zeladoria” seja estendido a outras localidades da cidade.
Reclamações
Como acontece em todas as reuniões, “é de praxe”, moradores fizeram reclamações ao representante da Subprefeitura de Santana / Tucuruvi / Mandaqui e da CET. Entre elas, buracos, corte de mato, podas de árvore, falta de iluminação em vias públicas… e problemas de trânsito, faixas, faróis, etc.
A munícipe Mônica Magaz, representando os moradores da Rua Ulisses Esteves Costa, reclamou contra o impacto que o Bar do Luiz Fernandes localizado Rua Augusto Tolle, 610, causa na região.
Mesas, cadeiras e clientes “invadem as calçadas estreitas”, impedindo a passagem de pedestres e fazendo muito barulho no horário de funcionamento do bar que, durante a semana inicia suas atividades por volta das 16h e vai até a 1h30 da manhã. Nos finais de semana , abre por volta das 11h indo também até 01h30 da manhã.
Os caminhões que abastecem o bar, invadem e fecham a rua Ulisses Esteves Costa (que faz esquina com a Rua Augusto Tolle). A rua é residencial e seus moradores pagam IPTU integral. A movimentação dos caminhões (inclusive quando o bar está fechado para o público), prejudica a circulação local de pedestres e carros.
Os clientes do bar, durante a noite, usam a rua como local para fumar e urinar (mesmo com o bar oferecendo banheiros). Mônica apresentou fotos comprovando a queixa.
Sai gestão, entra gestão e lá se vão 16 anos
De alguns funcionários da Subprefeitura ouviu que “o bar tem alvará”. Foi lembrado que o alvará de funcionamento contempla as instalações da porta para dentro do estabelecimento, e não dá direito para invadir a calçada.
Os moradores nada tem contra o estabelecimento, que gera emprego e renda, porém a lei foi feita para ser cumprida. Todos devem seguir regras e vale o princípio básico da doutrina jurídica “o meu direito termina onde começa o seu”.
Entra gestão, sai gestão, a peregrinação já dura 16 anos, segundo os moradores. Foi lembrado também que um funcionário público, independente de cargo ou função, se nega a acolher denúncia, a fiscalizar ou faz vista grossa, comete o crime de prevaricação na modalidade omissiva.
Alba lembra que o comprometimento da Associação Amigos do Mirante é com a população e se prontificou a acompanhar a demanda apresentada por Mônica. A Dra Joana D’Arc observou que os moradores devem inicialmente usar o telefone 156 para registrar a reclamação, anotar o número da queixa no sistema (o famoso protocolo). Caso não resolva, procurar a Ouvidoria da Prefeitura e também do Ministério Público.
Ao mesmo tempo, o DiárioZonaNorte está levando ao conhecimento das Secretarias das Subprefeituras e da Comunicação (SECOM), além da Subprefeitura Santana/Tucuruvi/Mandaqui.
A reunião chega ao fim
Alba encerra dizendo que os assuntos terão sequência durante o mês e avisa que a próxima reunião deverá acontecer no dia 30 de maio – sempre na última 5ª.feira do mês, às 19h30, no mesmo local.